quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Luta

A glória não envaidece a multidão
O fracasso não condena a desgosto
Quando herói faz da espada a razão
Demuda a arena da vida em gosto

A luta vira somente uma canção
A coragem é quem embala o posto
Quando a sorte é refém do desvão
A batalha canta noites de agosto

A derrota flerta o beijo entreposto
A vitória dialoga com a ilusão
O desfecho no destino é recosto

Se o espírito se abre ao coração
A guerra não passa de um aposto
Vencedor faz de ousadia a lição

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Madrugada

Minha vida é um balde de vento
Eu arremesso em meio ao nada
O ar que reveste o momento
Faz-se banho em madrugada

Mas eu cato de novo o relento
E misturo à boca amargada
Convalesce de dor e tormento
A prece então desmaiada

E me vicio longe a contento
Da repetição meio espraiada
Insisto no tempo e arrebento

A vontade agora aflorada
Me invisto de sonho e alento
Na ilusão de toda caminhada