sexta-feira, 25 de abril de 2008

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Junto tuas dores e componho
Sinfonia da recaída minha
Somo meus medos e resolvo
Equação de minhas mentiras

Equilibro tensões e vidas
Na balança da realidade
Percorro a linha divisória
Do invisível prazer de ser

Há muitas partidas no jogo
Em que sou peça e jogador
Há movimentos e inércia
No campo das sensações

Subtraio riscos e tenho nada
Do que quero multiplicar
Divido expectativas e sonho
A soma dos desencontros

Orquestro o lance derradeiro
E afino o passo do êxtase
Antes do gozo do acorde
Adormeço o som do ruído

E que bela canção se espalha
Nas contas de uma rodada
Vem a vida, vai a dádiva
Numa troca entrelaçada

Ri somente quem debocha
Das suas próprias jogadas
Acertos e erros são vãos
Viver não é matemática

Só há um cálculo permitido
Na partitura de um esmero
Somar instantes ao presente
Fazer futuro sem pretérito

A inconseqüência é o berço
Dos afortunados...