Junto tuas dores e componho
Sinfonia da recaída minha
Somo meus medos e resolvo
Equação de minhas mentiras
Equilibro tensões e vidas
Na balança da realidade
Percorro a linha divisória
Do invisível prazer de ser
Há muitas partidas no jogo
Em que sou peça e jogador
Há movimentos e inércia
No campo das sensações
Subtraio riscos e tenho nada
Do que quero multiplicar
Divido expectativas e sonho
A soma dos desencontros
Orquestro o lance derradeiro
E afino o passo do êxtase
Antes do gozo do acorde
Adormeço o som do ruído
E que bela canção se espalha
Nas contas de uma rodada
Vem a vida, vai a dádiva
Numa troca entrelaçada
Ri somente quem debocha
Das suas próprias jogadas
Acertos e erros são vãos
Viver não é matemática
Só há um cálculo permitido
Na partitura de um esmero
Somar instantes ao presente
Fazer futuro sem pretérito
A inconseqüência é o berço
Dos afortunados...