Minha vida é um balde de vento
Eu arremesso em meio ao nada
O ar que reveste o momento
Faz-se banho em madrugada
Mas eu cato de novo o relento
E misturo à boca amargada
Convalesce de dor e tormento
A prece então desmaiada
E me vicio longe a contento
Da repetição meio espraiada
Insisto no tempo e arrebento
A vontade agora aflorada
Me invisto de sonho e alento
Na ilusão de toda caminhada
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