quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Posso?

Posso te ter de olhos
Fechados
E sentir tua pele
Calado
Beber tuas lágrimas
Num verso
Chorar tua ausência
Num passo
Sorrir teu charme
Por perto
Tocar tua índole
Fácil
Viver teus dramas
Inerte
Torcer tuas dores
Vingado
Andar teu caminho
Inebriado
Bater teu peito
Rarefeito

Passeio pelo teu tempo
E nada me faz sentir pressa
Eu só temo
Não durar os teus dias

Rogo ao destino
A concessão do impossível
Numa mão ponho a reza
E peço o pecado
Doce sabor amargo

Eu quero tua dimensão
Raptar o futuro
E te dar de presente
Minha eternidade

Eu ouço tua voz
E sei
Que a natureza canta

Queria um espaço entre teus sonhos
Um quarto da mente
Uma cama junto a teu sorriso
Tuas manias como cobertor

E na profusão das palavras
Equilibro as letras
E derrubo a dor
Sofrer não te rima
És vida que anima
A parte de dentro
Aquece a contento
Minha sede de amor