Meus olhos se viram a sós
Ainda pacientes e atentos
Adornam teus passos...
Mapeiam movimentos...
Enxergam tua face...
Descrevem teu brilho...
Absorvem teu ar...
Mas estão fadados à vigília
Meus olhos não mais comungam
O sabor do teu sorriso
Meus olhos não mais tocam
A reciprocidade do desejo
Meus olhos não mais tomam
A tua loucura emprestada
Meus olhos cegaram
À falta do teu olhar
Meus olhos emudeceram
À ausência do teu perfume
Meus olhos cansaram
À carência dos nossos corpos
Meus olhos se repaginaram
Na dança da indiferença
Meus olhos se acinzentaram
No repúdio da possibilidade
Meus olhos se enfraqueceram
Na força do teu afastamento
Meus olhos se perguntam
Pela ousadia do teu calor
Meus olhos se indagam
Pelo paradeiro da tua vontade
Meus olhos se questionam
Pela fuga do teu ímpeto
Meus olhos já não detectam
O que era flagrante
Meus olhos já não tateiam
O pecado esperado
Meus olhos já não sentem
Sinais de receptividade
Meus olhos choram
A sorte
Indesejada
Meus olhos lamentam
A loucura
Irrealizada
Meus olhos sofrem
A conquista
Inatingida
Meus olhos só assistem
À independência dos teus
Meus olhos só codificam
A dormência dos teus
Meus olhos só farejam
O eclipse dos teus
Teus olhos passeiam ao longe
Brincam no tempo
Saciam-se nas letras
Maquiam-se nas festas
Afugentam-se na distração
Teus olhos agora se escondem
Camuflam-se nas obrigações
Flagelam-se na seriedade
Torturam-se no impossível
Despedem-se do prazer desconhecido
Teus olhos se doutrinam
Conhecem os limites
Dominam as fraquezas
Impedem os deslizes
Contornam as rotas do acaso
Mas teus olhos não falam
O que os meus pedem para ouvir
Mas teus olhos não sussurram
O que os meus esperam sentir
Mas teus olhos não beijam
A alma que os meus te entregam
Teus olhos não mais enxergam
Os meus olhos que te devoram
Teus olhos não mais sucumbem
Aos meus que só te querem
Teus olhos não mais se mostram
Aos meus que te decoram
Meus olhos tolos seguem à espreita
Teus olhos firmes se fortalecem
Meus olhos frágeis se martirizam
Teus olhos fortes se reflorescem
Meus olhos débeis morrem vagos
Teus olhos certos não convalescem
Queria que teus olhos
Ensinassem aos meus
Os segredos da recusa
Diante do desejo
Queria que teus olhos
Explicassem aos meus
Como driblar a ânsia
Do querer imediato
Queria que teus olhos
Conduzissem os meus
Ao alívio de nada sentir
Frente ao que se almeja
Por que teus olhos não
Me contam o enigma da
Esperança esvaziada?
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Fim de show...
A estrada se fecha ao desejo
A porteira barra a vontade
A tranca isola os corpos
Não há margem para riscos
Os gestos sentem a barreira
As mãos se perdem no vazio
Os olhos não perseguem mais
Falta espaço para os versos
A conversa míngua na solidão
O cumprimento seca a razão
A proximidade se distancia
Não se tem palco para ação
A liberdade tropeçou no peso
Risco se resumiu à prudência
O silêncio reina sobre o ímpeto
Não há lugar para trocas jamais
E aquela esperança padeceu
Na insistência de uma recusa
No receio do desconhecido
Nas mensagens diuturnas
O vôo não saiu do chão
Ninguém arremete na indiferença
O rascunho se apagou
No titubeio de quem escrevia
O barraco desabou
Na despedida de quem se afasta
A dança tem seu último capítulo
As pernas se desequilibram
O próximo passo é o monólogo
O abraço virou recordação
O beijo não chega ao ombro
A mordiscada arrefeceu no imaginário
As declarações constam no arquivo
Dos olhos doces da beleza
Resguardado por lentes e charme
O sorriso de mil faces não se traduz
Na linguagem de quem ainda quer
Tímido, sorrateiro à base de covas
Agora se rende à seriedade do impossível
Sobram palavras perdidas no passado
Sobram calafrios nas espinhas
Sobram os tremores do horizonte
Sobram sonhos recheados de pecado
Restam os resquícios
do desejo fulminante
Mas cessou a confusão
dos sentimentos
É o fim indesejado
Das premonições
Show e vida não combinam
A realidade pede o viável
Disfarça-se a encenação
No teatro do escondido
Os versos encerram o capítulo
As estrofes copiam o fácil
A poesia fica acima do encanto
Mas não contagia mais o riso
O espírito de ousadia
Vagueia ao alcance da tristeza
E à sombra do remorso
O desejo simples e mútuo
Perpassa alguns dias
A insônia não fabrica
Sonhos de outrora
Gestos, palavras, trajes
Se rasgam na efemeridade
De quem viveu o instante
Não conquistado
Sobrevive a atmosfera
Do show do insconsciente...
A porteira barra a vontade
A tranca isola os corpos
Não há margem para riscos
Os gestos sentem a barreira
As mãos se perdem no vazio
Os olhos não perseguem mais
Falta espaço para os versos
A conversa míngua na solidão
O cumprimento seca a razão
A proximidade se distancia
Não se tem palco para ação
A liberdade tropeçou no peso
Risco se resumiu à prudência
O silêncio reina sobre o ímpeto
Não há lugar para trocas jamais
E aquela esperança padeceu
Na insistência de uma recusa
No receio do desconhecido
Nas mensagens diuturnas
O vôo não saiu do chão
Ninguém arremete na indiferença
O rascunho se apagou
No titubeio de quem escrevia
O barraco desabou
Na despedida de quem se afasta
A dança tem seu último capítulo
As pernas se desequilibram
O próximo passo é o monólogo
O abraço virou recordação
O beijo não chega ao ombro
A mordiscada arrefeceu no imaginário
As declarações constam no arquivo
Dos olhos doces da beleza
Resguardado por lentes e charme
O sorriso de mil faces não se traduz
Na linguagem de quem ainda quer
Tímido, sorrateiro à base de covas
Agora se rende à seriedade do impossível
Sobram palavras perdidas no passado
Sobram calafrios nas espinhas
Sobram os tremores do horizonte
Sobram sonhos recheados de pecado
Restam os resquícios
do desejo fulminante
Mas cessou a confusão
dos sentimentos
É o fim indesejado
Das premonições
Show e vida não combinam
A realidade pede o viável
Disfarça-se a encenação
No teatro do escondido
Os versos encerram o capítulo
As estrofes copiam o fácil
A poesia fica acima do encanto
Mas não contagia mais o riso
O espírito de ousadia
Vagueia ao alcance da tristeza
E à sombra do remorso
O desejo simples e mútuo
Perpassa alguns dias
A insônia não fabrica
Sonhos de outrora
Gestos, palavras, trajes
Se rasgam na efemeridade
De quem viveu o instante
Não conquistado
Sobrevive a atmosfera
Do show do insconsciente...
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Olhos em silêncio
Seus olhos silenciaram
A eloqüência do meu olhar
Meu sorriso de prontidão
Se apagou na indiferença
Os batimentos correram
A lentidão de uma resposta
Há dias que nascem coloridos
E morrem no cinza da frustração
Há instantes que são eternos
No arquivo das lembranças
Há palavras que se tatuam
Na alma de quem escuta
Versos noturnos sobrevivem
Ao terreno vago da rejeição
Olhares continuam a seguir
O andar rápido da paixão
E o cumprimento discreto
Sem o toque, sente a mão
A intimidade toca o ritmo
Da proximidade consentida
Mas os passos se afastam
No caminho do receio
O desejo ainda fertiliza
A ânsia de quem sonha
Liberdade é refém do medo
Se ousadia vira a inércia
De um carinho contido
Emoções convalescem
Quando o corpo se tranca
À revelia de um olhar
A boca ainda sente o gosto
Da saliva imaginada
A memória ainda guarda
O perfume da fantasia
Que sabor conserva
Tua alma inquieta?
A eloqüência do meu olhar
Meu sorriso de prontidão
Se apagou na indiferença
Os batimentos correram
A lentidão de uma resposta
Há dias que nascem coloridos
E morrem no cinza da frustração
Há instantes que são eternos
No arquivo das lembranças
Há palavras que se tatuam
Na alma de quem escuta
Versos noturnos sobrevivem
Ao terreno vago da rejeição
Olhares continuam a seguir
O andar rápido da paixão
E o cumprimento discreto
Sem o toque, sente a mão
A intimidade toca o ritmo
Da proximidade consentida
Mas os passos se afastam
No caminho do receio
O desejo ainda fertiliza
A ânsia de quem sonha
Liberdade é refém do medo
Se ousadia vira a inércia
De um carinho contido
Emoções convalescem
Quando o corpo se tranca
À revelia de um olhar
A boca ainda sente o gosto
Da saliva imaginada
A memória ainda guarda
O perfume da fantasia
Que sabor conserva
Tua alma inquieta?
Assinar:
Postagens (Atom)