O tempo chora os dias idos
e enerva-se com o amanhã
todo minuto é a ponte
entre emoções visitadas
nasce o segundo da morte
do instante passado
cresce a vida nas horas
feitas de pó e de vento
mente quem toma pulso
de incertezas cronológicas
o tempo passeia livre
das amarras do meu tempo
se domino um momento
breve é o meu controle
movediça e tão efêmera
imortalidade me escorre
eu escrevo e marco meses
mas não os aprisiono
o calendário agendo e tento
e me atraso em cada sonho
se me adianto e penso
e algemo e ordeno
sorrio e choro e magoou
canso de cronometrar
não toco futuro longe
ou guardo passado perto
vivo hoje indiferente
pelo destino encoberto
e embarco na balsa da vida
sem qualquer faz-de-conta
o acaso o leme me aponta
o agora é quem me duvida
e nas ondas do tempo parto
um olhar em cada partida
na volta para um espaço
refaço minha guarida
sem lágrimas pro que se foi
sem sorrisos pro que virá
canonizo a surpresa
o presente é meu altar
ancoro o efêmero e marco
meu tempo é o que vejo
minhas horas o que sinto
meus minutos um desejo
o meu segundo é a sina
na eternidade de um beijo
domingo, 19 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Oferecer
(Ar) risquei oferecer
no livro do tempo
das nossas histórias
mas tua recusa
rasgou o verbo
entre nossos destinos
quatro sílabas ao ermo
repaginaram o prumo
dos meus versos
despetalada a fé
vagueou na descrença
do teu silêncio
reescrevi o dogma
de ler meus prazeres
na tua indiferença
minha caligrafia
soletra a crença
na felicidade
no choque do adeus
revisei as dores
da contramão
e apaguei temores
ditados pelo caminho
hoje há quem ore
na cartilha conjugada
pelas cicatrizes
de que desviei
arquivado o sufixo
que traduz o meu ser
feito página em branco
não consigo rever
as linhas de engano
que meu coração
rabiscou a perder
no rodapé da sorte
anverso de você
da entrega testemunhada
lapidei o infinitivo
despedacei oferecer
e redigi outra sina
na trilha da nova vida
meu texto me ensina
romance recapitulado
em cada oferta só vinga
quando amor se combina
no livro do tempo
das nossas histórias
mas tua recusa
rasgou o verbo
entre nossos destinos
quatro sílabas ao ermo
repaginaram o prumo
dos meus versos
despetalada a fé
vagueou na descrença
do teu silêncio
reescrevi o dogma
de ler meus prazeres
na tua indiferença
minha caligrafia
soletra a crença
na felicidade
no choque do adeus
revisei as dores
da contramão
e apaguei temores
ditados pelo caminho
hoje há quem ore
na cartilha conjugada
pelas cicatrizes
de que desviei
arquivado o sufixo
que traduz o meu ser
feito página em branco
não consigo rever
as linhas de engano
que meu coração
rabiscou a perder
no rodapé da sorte
anverso de você
da entrega testemunhada
lapidei o infinitivo
despedacei oferecer
e redigi outra sina
na trilha da nova vida
meu texto me ensina
romance recapitulado
em cada oferta só vinga
quando amor se combina
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Binômios
Praia e mar
e viverei meus dias sob o ardor de tua pele escaldante
Chuva e frio
para banhar de prazer tua cútis encharcada de luxúria
Céu e terra
e voarei na superfície de teu olhar polido de horizonte
Vento e tempestade
para sacudir tuas certezas com meu fervor de balbúrdia
Preto e branco
e a teimosia oscila entre o retrato e tua vivacidade tola
Flor e pedra
para quebrar o gelo enraizado em tua fotossíntese
Terra e água
e beberei a aridez na tua distância momentânea e vã
Choro e riso
para reinventar as emoções congeladas no teu rosto
Força e inércia
e moverei tua órbita para perto do meu universo solitário
Sol e lua
para abraçar luz dos teus dias no breu das minhas noites
Palavra e letra
e discorrerei a história dos desencontros entre silêncios
Verbo e substantivo
para batizar os nomes dos beijos que ainda não tive
Fim e começo
e reescreverei o destino com as lágrimas do meio
Foto e movimento
para imortalizar a indiferença no álbum do esquecimento
Público e privado
e trancarei tuas juras desfeitas na intimidade do meu limbo
Alma e sintonia
para compor sonetos no espaço da tua compreensão arredia
Entrada e saída
e sobreviverei acima dos binômios que a estrada constrói
Eu e você
para acabar com a fábula de dois corações partidos...
e viverei meus dias sob o ardor de tua pele escaldante
Chuva e frio
para banhar de prazer tua cútis encharcada de luxúria
Céu e terra
e voarei na superfície de teu olhar polido de horizonte
Vento e tempestade
para sacudir tuas certezas com meu fervor de balbúrdia
Preto e branco
e a teimosia oscila entre o retrato e tua vivacidade tola
Flor e pedra
para quebrar o gelo enraizado em tua fotossíntese
Terra e água
e beberei a aridez na tua distância momentânea e vã
Choro e riso
para reinventar as emoções congeladas no teu rosto
Força e inércia
e moverei tua órbita para perto do meu universo solitário
Sol e lua
para abraçar luz dos teus dias no breu das minhas noites
Palavra e letra
e discorrerei a história dos desencontros entre silêncios
Verbo e substantivo
para batizar os nomes dos beijos que ainda não tive
Fim e começo
e reescreverei o destino com as lágrimas do meio
Foto e movimento
para imortalizar a indiferença no álbum do esquecimento
Público e privado
e trancarei tuas juras desfeitas na intimidade do meu limbo
Alma e sintonia
para compor sonetos no espaço da tua compreensão arredia
Entrada e saída
e sobreviverei acima dos binômios que a estrada constrói
Eu e você
para acabar com a fábula de dois corações partidos...
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Demites
Demites prazer desempregado
Como quem enxerga sem ver
Refugas desejo insaciado
Pelo despacho de clichê
Optar certo em meio errado
É um erro se há querer
Palavra de tempo esvaziado
Morre bem antes de nascer
Sofre o peito esfacelado
Pelo que não mais se crê
Onde morou o bem-amado
Hoje se aloja o desprazer
Fui teu céu sempre nublado
Quis trovejar e fiz chover
Banhei de sombra o passado
Para a atmosfera reger
Mas de um clima ressacado
Restou a seca em não te ter
Farejei vento perfumado
Acalentei brisa em você
Do ar sobrou-me agora o fado
Que não consigo mais sorver
E o teu olhar de arejado
Só respira o meu sofrer
Apresso o passo sufocado
Pela ausência do teu ser
Já não dou mais meu recado
Espreito a dor me corroer
Se te fiz minha num reinado
Vejo meu trono arrefecer
O convite ainda assanhado
Ruboriza ao me entreter
Brinquei de amar o pecado
E tropecei sem perverter
Promíscuo carma anunciado
É desmentido ao se benzer
Cambaleio meio desavisado
Porque não soube bem te ler
O meu feitiço decorado
Desbotou por não te ter
Escrevo um sopro rabiscado
Pra teu destino me reter...
Como quem enxerga sem ver
Refugas desejo insaciado
Pelo despacho de clichê
Optar certo em meio errado
É um erro se há querer
Palavra de tempo esvaziado
Morre bem antes de nascer
Sofre o peito esfacelado
Pelo que não mais se crê
Onde morou o bem-amado
Hoje se aloja o desprazer
Fui teu céu sempre nublado
Quis trovejar e fiz chover
Banhei de sombra o passado
Para a atmosfera reger
Mas de um clima ressacado
Restou a seca em não te ter
Farejei vento perfumado
Acalentei brisa em você
Do ar sobrou-me agora o fado
Que não consigo mais sorver
E o teu olhar de arejado
Só respira o meu sofrer
Apresso o passo sufocado
Pela ausência do teu ser
Já não dou mais meu recado
Espreito a dor me corroer
Se te fiz minha num reinado
Vejo meu trono arrefecer
O convite ainda assanhado
Ruboriza ao me entreter
Brinquei de amar o pecado
E tropecei sem perverter
Promíscuo carma anunciado
É desmentido ao se benzer
Cambaleio meio desavisado
Porque não soube bem te ler
O meu feitiço decorado
Desbotou por não te ter
Escrevo um sopro rabiscado
Pra teu destino me reter...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Alforria
Dedilho o labirinto do desejo
e destranco miragens...
fito teus olhos
e acordo anseios
na porta do teu lábio
afianço o meu beijo
na parede da tua pele
meu corpo enquadro
e ao quarto dos devaneios
confino nossos prazeres...
Teus sentimentos emparedam
devassidão dos meus passos
mas à sombra de tuas fendas
meu disfarce perpasso
levo às ruínas tua fortaleza
e império de sentidos refaço
Piso dentro da tua alma
e guio o teu desenlace
encurvo dores
sublimo amores
suspendo pudores
em nossos abraços
Entre sofismas e solfejos,
confissões e reclusões,
delírios e falsas noções,
o que grita mais alto
no silêncio das metáforas?
Palavras, gestos, olhares
tudo soletra vida
arrepios, latejos, suores
tudo em mim te escuta
mergulho em tua verdade
e minha metade traduzo
Quero perder a fronteira
do limite nos nossos atos
o nó das indecisões
deixa que eu desato
com tez, olhos e bocas
nas aspas do nosso contato
Quero deflorar
loucura
patentear
desvarios
inaugurar
segredos
no tempo do hoje
Virar-te ao avesso
do nada
enlouquecer
tuas coerências
decifrar
teus versos de medo
Escalar teus poros
na ponta
da língua
Respirar teus ares
no cheiro
dos dedos
Colonizar teu peito
na síntese
dos nossos corpos
No labirinto dos desejos
eu tateio a saída
no intervalo entre teu olhar e minha sorte
Saboreio atalho
na rota da tua sede à minha entrega
E ressuscito na esquina
entre tuas cinzas e meu despudor
No cárcere das privações
teu corpo quer liberdade
P'ras algemas de indiferença
os sentidos são a chave
O meu deleite é alforria
se escravizas a vontade...
e destranco miragens...
fito teus olhos
e acordo anseios
na porta do teu lábio
afianço o meu beijo
na parede da tua pele
meu corpo enquadro
e ao quarto dos devaneios
confino nossos prazeres...
Teus sentimentos emparedam
devassidão dos meus passos
mas à sombra de tuas fendas
meu disfarce perpasso
levo às ruínas tua fortaleza
e império de sentidos refaço
Piso dentro da tua alma
e guio o teu desenlace
encurvo dores
sublimo amores
suspendo pudores
em nossos abraços
Entre sofismas e solfejos,
confissões e reclusões,
delírios e falsas noções,
o que grita mais alto
no silêncio das metáforas?
Palavras, gestos, olhares
tudo soletra vida
arrepios, latejos, suores
tudo em mim te escuta
mergulho em tua verdade
e minha metade traduzo
Quero perder a fronteira
do limite nos nossos atos
o nó das indecisões
deixa que eu desato
com tez, olhos e bocas
nas aspas do nosso contato
Quero deflorar
loucura
patentear
desvarios
inaugurar
segredos
no tempo do hoje
Virar-te ao avesso
do nada
enlouquecer
tuas coerências
decifrar
teus versos de medo
Escalar teus poros
na ponta
da língua
Respirar teus ares
no cheiro
dos dedos
Colonizar teu peito
na síntese
dos nossos corpos
No labirinto dos desejos
eu tateio a saída
no intervalo entre teu olhar e minha sorte
Saboreio atalho
na rota da tua sede à minha entrega
E ressuscito na esquina
entre tuas cinzas e meu despudor
No cárcere das privações
teu corpo quer liberdade
P'ras algemas de indiferença
os sentidos são a chave
O meu deleite é alforria
se escravizas a vontade...
Assinar:
Postagens (Atom)