terça-feira, 13 de abril de 2010

Nunca li

Nunca li nenhum poema
em que versos não rendessem
tributo ao teu riso

Nunca li nenhum romance
em que o amor não mostrasse
o fruto do teu beijo

Nunca li nem ouvi
canção que não tivesse
partitura da tua voz

Nunca li nem senti
parábola sem que houvesse
a serventia do teu nome

Nunca li nem contemplei
céu que dispensasse
a alma dos teus olhos

Nunca li nem admirei
oceano que não fosse
o mar da tua íris

Nunca li nem senti
luz que não viesse
no raiar da tua pele

Nunca li nem percebi
breu que não lembrasse
a dor da tua ausência

Nunca li nesses dias
que só há felicidade
se o destino te alcança

Nunca li nesses meses
que a vida toca o sonho
quando você me abraça

Ah... o que eu nunca li nem aprendi...

E o que eu nunca lhe neguei e devia...

O peito, quem finca, ali, nem vê

Que o amor me arde insone

E que o sempre nunca esgota

Pois viver-te me consome

Sou escravo se me és rota

Alforria a sede da minha fome

Sirvo a paixão que te devota

Me tranca ali nesse teu nome