sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Olhos em silêncio

Seus olhos silenciaram
A eloqüência do meu olhar
Meu sorriso de prontidão
Se apagou na indiferença
Os batimentos correram
A lentidão de uma resposta

Há dias que nascem coloridos
E morrem no cinza da frustração
Há instantes que são eternos
No arquivo das lembranças
Há palavras que se tatuam
Na alma de quem escuta

Versos noturnos sobrevivem
Ao terreno vago da rejeição
Olhares continuam a seguir
O andar rápido da paixão
E o cumprimento discreto
Sem o toque, sente a mão

A intimidade toca o ritmo
Da proximidade consentida
Mas os passos se afastam
No caminho do receio
O desejo ainda fertiliza
A ânsia de quem sonha

Liberdade é refém do medo
Se ousadia vira a inércia
De um carinho contido
Emoções convalescem
Quando o corpo se tranca
À revelia de um olhar

A boca ainda sente o gosto
Da saliva imaginada
A memória ainda guarda
O perfume da fantasia
Que sabor conserva
Tua alma inquieta?

Nenhum comentário: