quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Ao amigo nômade,

Há um pingo de estrada
No semblante do poeta
Cada dia uma jornada
Cada noite uma seresta
E no meio da cantata
O sabor de uma conversa

O poeta é volúvel
Como doce em boca quente
Desliza entre paixões
Escorrega entre mentes
Fabrica as ilusões
Mas não padece ao repente

Por entre olhares se confessa
E na ânsia se motiva
Por entre vozes se expressa
E nas poesias se fascina
Constrói versos de ousadia
Que no toque do tempo oscila

As estrofes de amor
São eternas por um instante
Arrebatam o calor
De um desejo inconstante
E o tornam um impostor
De interesse cativante

Rimas de arqueiro
Sílabas como flecha
Um movimento certeiro
Um peito de uma donzela
Casablanca como modelo
A conquista em emboscada

O poeta traz o dom
De imortalizar a palavra
No galante de um ardor
No tropeço de uma graça
É sempre o pudor
Da conversa amigada

Um passado errante
Que na busca se vale
Amar por um rompante
Freqüentar as beldades
Acrescentar os romances
No currículo da vaidade

Entre elas um personagem
Entre amigos, é diferente
Sobra o vigor da coragem
De um caráter onipresente
Que com carinho só afaga
O sorriso de um carente

O diálogo resplandece
Entre becos do acaso
A união se fortalece
Na sinceridade do abraço
A relação não arrefece
Se com respeito faz um laço

Amigo de escrita suave
Que faz prosa em poesia
Jornalismo de versos nasce
Informando com maestria
Poeta que humaniza dados
Nos jornais do dia-a-dia

O nômade das feministas
É sedentário da bondade
Migra feito um ilusionista
E ancora na felicidade
Poeta, é bom tê-lo à vista
E na foz de uma amizade

Um comentário:

Anônimo disse...

Poeta, não tinha visto que a homenagem está postada. Tu é foda. Te admiro como pessoa e como artífice das palavras. Abraço.