quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Longe da distância

No lapso dos quilômetros
Instalou-se a distância
Estrada de corações francos
Lembrança ainda que tardia
No tempo de uma hegemonia
De encontros instantâneos

O acaso foi escorregadio
Deslizou por entre os caminhos
Separou do jardim cravo e flor
No labirinto de um desaviso
Resolveu validar nosso amor
Testando amantes a fio

Que ardor não se apaga
Com o sopro de uma ausência
Que paixão se agüenta
Onde sobra uma carência
Se a rotina agora é feita
De retratos e essência

Imploro ao vento teu cheiro
Peço às noites o perfume
Escuto nas aves teu recado
Os olhos vejo em vaga-lumes
A tua pele sinto no abraço
Quando a noite o dia assume

Quanto dói uma sentença
Ajuizada na saudade
Se distancio da presença
Acolho a ansiedade
De suplantar o destino
Pela força da vontade

E não há metro que separe
Meu amor dos teus dias
A distância nunca vale
Quando a vida anuncia
Que no mundo de nós dois
Mora a eterna sinergia

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