quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Meio-dia...

É sempre meio-dia quando eu te amo
É sempre calor quando te pressinto
É sempre verão quando me declamo
É sempre ardor quando te excito
É nunca dor quando eu te chamo
Se me embriago na fonte do teu absinto

É sempre céu claro quando me olhas
É sempre eclipse quando me abraças
É sempre gravidade quando me tocas
É sempre universo no ar de tua graça
É nunca afeição que altera a órbita
Se vagueio nos sonhos da tua galáxia

É sempre primavera quando acordas
É sempre fotossíntese quando respiras
É sempre um jardim quando desfloras
É sempre uma brisa quando desfilas
É nunca outono que se revigora
Se me guio nas estações dos teus dias

É sempre uma sinfonia quando tu falas
É sempre um poema quando te descrevo
É sempre uma rima que tu embalas
É sempre a feição de um soneto
É nunca um verso na encruzilhada
Se nos compomos na face de um dueto

É sempre macio quando me agarras
É sempre uma canção quando sussurras
É sempre o toque de uma pluma plácida
É sempre o frescor de uma água pura
É nunca incômodo de uma pele rasa
Se mergulho no mar do amor que dura

É sempre deslize quando te prendo
É sempre escorregadio quando te vejo
É sempre confirmação que estou querendo
É sempre a sincronia que não tem pelejo
É nunca o conflito que se vê ardendo
Se na tua essência sou só desejo

É sempre oceano quando me navegas
É sempre vela cheia quando te anuncias
É sempre maresia que à praia se entrega
É sempre a onda que se vangloria
É nunca tempestade que se congrega
Se me banho nas águas do teu mar que guia

É sempre o que o nunca tem vontade
É nunca o que jamais será pra sempre
Quando no futuro da possibilidade
O destino não for mais do presente
Pro fim dos dias serei a ansiedade
Do princípio de amar eternamente

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