terça-feira, 27 de maio de 2008

A vez

Em você o silêncio basta
A vontade se confessa
A razão é só uma injúria
Deflagrada na mudez

Em você o instante some
A eternidade embala o tempo
O segundo atrasa o passo
No desejo da nudez

Em você a sina vive
O destino se recomenda
A emoção suplica a lida
No pulsar da tua tez

Em você o verbo vibra
A palavra se inventa
O verso se consolida
Na rima da insensatez

Em você força fracassa
A dureza estremece
Os olhos se fazem golpe
Na queda de uma sisudez

Em você o mundo finda
O universo recomeça
A vida se alinha
Na regência da tua vez

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