Falo de felicidade que preenche
de sentimento que se embala
de aconchego que se pretende
onde o mar vira alma
falo de amor que deságua
de paixão que não se rende
de ardor que até se mata
quando o peito é de gente
falo da vida que não se muda
do presente que se germina
dos passados que se cultuam
pelos futuros se não terminam
falo dos nobres que se curvam
dos plebeus como majestades
de coroas que viram feudos
onde as vidas valem a metade
falo de palavras que se destroem
de frases tolas que se esbarram
de versos mudos que se doem
no silêncio morto dos que falam
falo das eras que agora são
do que se foi e nunca esteve
do que é ser se foi coração
do eterno será se amor teve
e falo do não que é certeza
porque duvida da afirmação
da negação quero a firmeza
de quem oscila sem a razão
se não falo sou a escrita
letras livres lendo linhas
sílabas somente se saciam
se da carne sou comunhão
E não invento a vida
eu renasço
E não controlo o tempo
eu perpasso
Não jogo rimas
eu ultrapasso
Não desafio o mundo
dou meu passo.
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