Solidão é se atirar em poço
que não tem fundo
E descobrir na queda
o fim do mundo
É confinamento
em prisão sem grade,
dar cárcere à vida
e alforria à saudade
A minha dor é procurar
sol no breu da noite
e fazer da esperança tola
a luz de um açoite
E não há alma fina
Na pancada fria
Da escuridão
Onde falta vista
Sobram agonia
E indecisão
A minha dor é refrão teimoso
de uma canção infinita
E desafinada
Desponta em nota solta
Dança no vazio
E tropeça no nada
No salão da vida,
Passo sozinho
na covardia
desavisada
e bailo morto
na ressurreição
de qualquer balada...
Toda palavra sincera
é um poema
Atravessa o papel,
consome e queima
A boca livre do seu portador
Leva meu coração
contigo
Que no peito não há
Mais abrigo
Para quem demitiu
o amor...
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